
Um campeonato em nível nacional, que pode ser feito por qualquer CAC (Caçador, Atirador e Colecionador), com etapas mensais, em qualquer um dos mais de 1.200 clubes de tiro parceiros.
Essa é a proposta da LINADE (Liga Nacional dos Atiradores Desportivos), entidade esportiva que nasceu há 20 anos, como um interclubes, pós Estatuto do Desarmamento, e que hoje é a maior do setor no Brasil, com mais de 100 mil filiados.
Para participar, não é necessário ser filiado a um clube vinculado à liga (é preciso ser filiado a algum clube de tiro, como exige a legislação), mas a filiação à organização permite o acesso à uma ampla rede de entidades de tiro. Atualmente, a entidade cobra uma taxa promocional de R$ 100. Também há o preço de inscrição em cada prova, a R$ 45.
Convidado pela liga a participar de uma etapa, o THE GUN TRADE competiu em duas modalidades integradas ao Campeonato Nacional de Tiro Desportivo — um dos diversos campeonatos da liga — na etapa “Play-Off”, considerada uma das fases decisivas do calendário de provas.
Durante a participação, que envolveu duas provas, foi possível conquistar pontuação suficiente para obter uma medalha, registrar duas habitualidades nacionais (nível 3) e ainda concorrer aos prêmios distribuídos mensal e anualmente pela organização.
Em dezembro, a entidade realiza uma etapa final no ano, o Torneio de Verão, que pode garantir até 13 habitualidades nível 3 por atirador, para quase todos calibres, exceto espingardas (que tem menos provas), diante das várias modalidades disponíveis— basta uma inscrição em cada prova para ter uma habitualidade (reinscrições não contam). Para saber mais detalhes ou participar, acesse aqui.
As provas: precisão a 10m e 25m
O bipe do timer marcava o início da prova, que teria duração de até 20 minutos, mais que suficiente para os 20 disparos. Dez metros à frente, um alvo com quatro centros.

A pista, longa, estava vazia, eramos só eu, o IAT e o coordenador da LINADE São Paulo, Milton Orcesi. O clube utilizado foi o Keepers, unidade Moema, que até então era desconhecido por mim. A inscrição no campeonato da LINADE permitiu meu acesso ao clube, sem maiores custos.
Com um espaço refinado, numa área de nobre de São Paulo, o clube conta com duas pistas, decoração sofisticada e estrutura moderna nos estandes, com ampla iluminação e bons sistemas de recolhimento de alvos.
Me concentrei e puxei o gatilho da Taurus PT92, do acervo do clube (problemas no Sinarm CAC não permitiram a emissão de Guia de Tráfego para o campeonato, como imagino que tenha ocorrido com outros dos 10 mil atiradores que participaram dessa etapa).
Com a arma em 9mm, a categoria de competição foi de ‘Pistola Maior’, onde entram .38 TPC, 9mm ou superior (exceto .45 ACP, que tem uma categoria própria, ou superior). A arma tem que ter mira aberta (alça e massa) e cano de até 5,5″.
O carregador estava com cinco munições 9mm CBC ETOG, que adquiri no clube. Para cada centro, eram cinco disparos. O “X”, como um ponto branco, facilitava a visualização para cada acerto “na mosca”, que iam se concretizando. Comecei a esperar um resultado minimamente aceitável. Não é permitido trazer o alvo de volta a fim de ver os acertos. E quando ele volta, ao final, o atirador não pode tocá-lo, só o instrutor de tiro.
Não tardei muito para finalizar e, creio, utilizei no máximo de dois a três minutos para a prova. Trigger Happy. Prova finalizada, trouxe o alvo para perto… o que revelou algumas gatilhadas. Como dizem, a pressa é inimiga da perfeição. Qual desculpa de atirador usar? “Era arma do clube” ou “faz tempo que não atiro!”?
Com uma reinscrição, fiz novamente a prova, num tempo similar, o que me garantiu uma pontuação quase igual. De 188, fui para 190. No mínimo, uma consistência.
De qualquer forma, o THE GUN TRADE ficou satisfeito com o resultado, que garantiu até mesmo uma medalha —ainda não sabia disso, e só tive noção depois de ser informado por Eduardo Azeredo, diretor de marketing da LINADE, quando vi que tinha ficado em 2º lugar na categoria “Sênior B” e ainda estava em dúvida sobre as premiações.
Foi muito fácil conferir os resultados da prova, que poucos dias depois já estava disponível no sitre da liga, muito bem organizado para os atiradores.
Na liga, todas colocações, do 1º ao 10º, ganham medalha, em todas as categorias, que são divididas de acordo com sua pontuação. Tendo feito a prova pela primeira vez, o atirador é colocado em alguma delas. Abaixo, explico sua estrutura.

Com 190 pontos, o TGT foi classificado na categoria Sênior B (180-190 pontos), ficando em 2º lugar na mesma. Acima, estão as categorias BB (190 a 200 ), A (200 a 210) e AA (210 a 220) —meta deste THE GUN TRADE para as próximas etapas que participar.
No caso do atleta que terminou a temporada anterior em determinada categoria, ele segue na mesma no ano seguinte, mesmo se fizer menos pontos.
Também há a categoria ‘Damas’, para o público feminino, ‘Júnior’, para atletas de até 17 anos, que competem com armas de ar comprimido, e ‘Master’, para atletas a partir de 60 anos.
Desafio a 25m
Na segunda prova, o alvo estava a 25 metros, distância que tive a oportunidade de atirar algumas poucas vezes, visto que a maioria dos clubes onde treino tem apenas 10 metros de comprimento.
O alvo, agora com um grande e único centro, não foi um desafio trivial. Com também 20 disparos totais, nesta prova você não consegue visualizar os acertos, e não é permitido trazer o alvo para perto. Uma prova desafiadora e interessante, onde a gravidade ganha mais importância na hora do disparo. É preciso compensar…
Pude usar o zoom do celular e fazer algumas fotos. Fui atirando, colocando a massa de mira acima do centro, tentando estabelecer algum mecanismo para ao menos acertar o grande círculo no meio do alvo.
Em parte, funcionou. Fez falta uma alça de mira regulável. Quem sabe um dia.
